Relato de Caso - Juliana 37 anos

Meu nome é Juliana, tenho 37 anos, tenho duas filhas, uma de 10 anos e outra de 7, ambas amamentei até os 9 meses. Tudo começou em setembro de 2017, quando senti uma dor na minha mama esquerda associada a uma vermelhidão e um caroço palpável. Assim que descobri o nódulo, fui ao mastologista que me avaliou e logo solicitou uma ecografia. Realizei a eco no mesmo dia e foi diagnosticado a presença  de um nódulo hipoecoico. E foi aí que começou o meu desespero, pois qualquer alteração na mama, já é um sinal de alerta, ainda mais quando temos casos de CA de mama na família. Bem, apresentei o resultado da eco para a mastologista que me solicitou uma biópsia. Demorou cerca de uma semana para que eu conseguisse realizar, e confesso que foi a pior semana da minha vida! Dores horríveis e a possibilidade de ser diagnosticada com um tipo raro de CA de mama, o inflamatório, pois os sintomas eram os mesmos. Quando saiu o resultado da biópsia confesso que fiquei muito feliz e aliviada, pois no resultado acusou a mastite granulomatosa ideopatica, com resultado negativo para fungos e bactérias. Pensei comigo, é só tomar um remedinho e pronto! Ao chegar com o resultado e apresentar para a minha      mastologista, logo vi que não era tão simples assim. Que se tratava de uma doença auto-imune e que não teria cura. A primeira pergunta que fiz foi: vou sentir essa dor pelo resto da vida? E a resposta foi: sim, vai ter que aprender a conviver! Como assim? Sentir dores horríveis, não só na mama mas no corpo inteiro, pois essa doença acaba afetando também nossas articulações. Daí começou a minha saga para busca de informações. Encontrei esse blog que falava sobre a doença e que tinham um grupo criado no whatsapp. Lá várias mulheres estavam na mesma situação que a minha, muitas delas até em situação pior, pois tive muita sorte quanto ao meu nódulo que não chegou a supurar, trocamos experiências, choros e angústias. Quanto ao meu tratamento, faço somente uso de vitamina D e nunca foi preciso usar corticóides.É muito chocante ver mulheres mutiladas, com marcas, sentindo dores diariamente, sem poder desenvolver suas atividades cotidianas, ficar impossibilitada de pegar o seu filho no colo e ainda fingir para a sociedade que está tudo bem!!! É preciso que se faça algo por nós, não é possível que com a evolução da medicina ainda não tenha nada que possa nos ajudar. Fica registrado aqui não só o meu apelo, mas o apelo de muitas que sofrem com essa doença!

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